Elayne Priscila

domingo, 26 de setembro de 2010

continuação:de uma breve história

Uma breve história 1 2 3
O passo seguinte da evolução do clarinete foi a adaptação ao clarinete do sistema Boehm.

Tal como referi anteriormente, a introdução e padronização do sistema Bohem decorreu a partir da adaptação do sistema usado na flauta (cuja criação é atribuída a Theobald Boehm).

A ideia básica deste sistema é que a colocação dos orifícios do instrumento é feita mais em função de critérios de conforto de execução do que acústicos (os orifícios dos clarinetes anteriores ao sistema Boehm não eram projectados para facilitar o manuseamento mecânico das mãos). Desta forma, a utilização das chaves para abertura e fechamento dos orifícios tem grande importância, ajudando a superar as dificuldades mecânicas. O clarinete boehm é hoje em dia composto por 17 chaves.

Este sistema foi aplicado não apenas no clarinete, mas também no oboé e no saxofone. Um sistema híbrido é ainda utilizado no fagote.

clarinete boehm
clarinete boehm 2
clarinete boehm 3
Em detalhe: clarinetes construídos no sistema Boehm
O sistema Albert, como já se disse, ainda é usado em algumas regiões da Europa e Estados Unidos. A principal limitação deste sistema de colocação dos dedos é que “obriga”, em determinadas circunstâncias, ao cruzamento de dedos (dificuldade que o sistema Boehm ultrapassou) o que se torna particularmente limitante em passagens mais difíceis que exijam destreza de dedos.
clarinete albert
clarinete albert 2
clarinete albert 3
Em detalhe: clarinetes construídos no Sistema Albert
O sistema Oehler (pronuncia-se “oiler”) por seu turno, também requer o cruzamento de dedos e difere bastante do sistema Boehm. A sua principal particularidade reside na utilização de chaves com “rolamentos” semelhantes às que se encontram nos saxofones. Este tipo de clarinete apresenta um conjunto de 22 chaves e é usado sobretudo na Alemanha.
sistema oehler
clarinete ohler
clarinetes Oehler
O Período Romântico

O Romantismo pode ser considerado como o período no qual o clarinete adquiriu a sua identidade e maturidade enquanto instrumento.

Nos períodos anteriores, a presença do clarinete no conjunto das obras musicais então escritas era claramente rudimentar ou inexistente. O chalumeau (predecessor do clarinete) surgiu por volta dos séc. 16/17  e teve poucas peças escritas para ele. Com a invenção do clarinete já no Período Barroco, o repertório para ele era quase inexistente. No Periodo Classico, os compositores começaram a introduzi-lo na orquestra sinfonica, escrevendo partes de tutti e pequenos solos, quase sempre em dobra com outros instrumentos. Inicialmente os maiores divulgadores do instrumento eram os próprios clarinetistas, como J.X. Lefévre, que compunham peças para eles mesmo executarem.
O Período Romântico marcou assim o apogeu do clarinete. Com os desenvolvimentos e aperfeiçoamentos mecânicos, o aumento da tessitura, aparecimento de instrumentistas virtuosos, sua excepcional capacidade de mistura tímbrica com outros instrumentos, tornaram o clarinete um alvo preferencial para os compositores da época, de tal modo que adquiriu, então, um papel de relevo seja na música sinfónica, ópera e música de câmara, bem como nas obras solo.

Hoje em dia nas bandas sinfonicas, graças ao seu virtuosimo, o clarinete assume o papel que, na música sinfónica, é normalmente confiado às cordas, particularmente aos violinos.

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