Elayne Priscila

terça-feira, 21 de setembro de 2010

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE O CLARINETE
O Clarinete
Clarinete nas orquestras
Clarinete

Entre os principais instrumentos de sopro, a clarineta, ou clarinete, foi o último a ser incorporado à orquestra. A clarineta foi inventada por volta de 1690 por Johann Denner, um construtor de instrumentos, de Nuremberg, ao aperfeiçoar um instrumento conhecido como chalumeau. Ele deu o nome de clarineta ao novo instrumento devido a suas notas agudas parecerem similares em brilho às do trumpete agudo, cujo nome em italiano era clarino. Entretanto, foi necessário que se passasse um século até a clarineta consolidar seu lugar na orquestra.

A clarineta utiliza uma palheta simples - a talisca de uma cana especial é cuidadosamente desbastada em uma extremidade, até tornar-se bastante delgada e flexível - que é colocada sobre uma abertura de formato oblongo situada na boquilha, a qual tem uma extremidade em forma de cunha. A palheta é mantida na boquilha pela braçadeira e por parafusos reguláveis.
O clarinetista coloca a boquilha nos lábios, a palheta em contato com o lábio inferior, repuxando ligeiramente os lábios para dentro da boca e sobre os dentes, para apoiar e acolchoar a palheta. A boca se fecha em volta da boquilha para impedir escapamento de ar. Quando o instrumentista sopra, o ar passa entre a boquilha e a palheta causando assim a vibração da palheta. A vibração da palheta põe a coluna de ar situada dentro do instrumento em vibração, produzindo assim a nota. Enquanto o formato do tubo do oboé é cônico, o da clarineta é principalmente cilíndrico. Devido a essa característica, os sons produzidos pela clarineta são mais graves em relação ao seu comprimento.
As clarinetas eram originalmente construídas em três tamanhos: afinadas em dó, em si bemol e em lá. (A clarineta em dó tornou-se por fim obsoleta devido à superioridade do som das outras duas.) Para maior conveniência do instrumentista, as partes eram escritas de maneira a não haver mudança de dedilhado, qualquer que fosse a clarineta que se estivesse usando. Mas isso significa que as notas da clarineta em dó soavam exatamente como estavam escritas, enquanto as notas para as clarinetas em si bemol e lá tinham de ser escritas mais agudas para soarem na altura real. Esses são exemplos de instrumentos transpositores.
A clarineta em si bemol produz a nota si bemol quando se escreve a nota dó. Para produzir a nota dó, deve-se escrever ré. Assim, todas as notas para a clarineta em si bemol devem ser escritas um tom acima do que elas soam.
A clarineta em lá produz a nota lá quando a nota dó está escrita. Portanto, todas as notas para essa clarineta devem ser escritas uma terça menor (ou três semitons) acima do que elas soam.
A escolha de qual clarineta, si bemol, ou lá, deve ser usada é feita na realidade pelo compositor, que decide qual das duas terá menos sustenidos ou bemóis quando a música for escrita.
O instrumentista usa a clarineta indicada e dedilha as notas escritas. De acordo com o tipo da clarineta e a transposição, as notas produzidas estarão na tonalidade e altura corretas combinando perfeitamente com os outros instrumentos que estão tocando.
De todos os instrumentos de sopro, a clarineta possui a maior extensão de notas. O timbre da clarineta, menos nasalado e rascante que o do oboé, varia de acordo com o registro. As notas graves abaixo do dó médio são chamadas de registro chalumeau. Essas notas são ricas, com pouco corpo de som, mas aveludadas. As notas do registro médio são mais brilhantes e o brilho aumenta à proporção que se sobe para o registro agudo, onde os sons chegam a ser penetrantes e estridentes.
O clarinetista tem grande controle sobre a expressão e a dinâmica, podendo tocar súbitos crescendos e diminuendos com facilidade. A clarineta é igualmente capaz de tocar melodias suaves e expressivas ou rápidas e rítmicas. Ela pode ser extremamente ágil, tocando grandes saltos intervalares com pouca dificuldade. Arpejos rápidos e borbulhantes são particularmente efetivos.
Clarinete Baixo
A clarineta baixo é duas vezes maior que a clarineta normal, e se situa uma oitava abaixo. A parte superior do instrumento é curvada para trás para que o instrumentista possa facilmente alcançar a boquilha com sua palheta simples. A parte inferior do instrumento se abre em uma campânula metálica voltada para cima.
Quando a clarineta baixo é requisitada na orquestra, ela é geralmente tocada pelo terceiro clarinetista. Para facilitar a leitura do instrumentista, as notas são geralmente escritas na clave de sol, uma oitava e um tom acima dos sons reais.
O timbre da clarineta baixo é suave, esplendidamente rico e ressonante, porém com pouco corpo de som, ligeiramente nasalado.
Dois outros tipos de clarinetas são às vezes usados na orquestra. A pequena clarineta em mi bemol (requinta) tem um som agudo, estridente, claramente audível no final de Till Eulenspiegel, de Strauss, ao imitar os guinchos de terror de Till sendo enforcado. No movimento final do "Sonho de uma noite de sabá", da Sinfonia Fantástica de Berlioz, sugere o gargalhar diabólico de uma bruxa enquanto cavalga sua vassoura.

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